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quinta-feira, 18 de junho de 2009

CUIDADOS A TER NAS FESTAS DE S. JOÃO

MÉDICOS ALERTAM PARA OS RISCOS DE QUEIMADURAS E PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS DURANTE OS FESTEJOS DO SÃO JOÃO

Quadrilhas, fogos de artifícios, forró, fogueiras e comidas típicas são os principais símbolos que remetem os festejos do São João, uma das mais tradicionais festas do Nordeste. Porém, também alguns desses símbolos podem ser os maiores vilões da saúde nessa época. E é exatamente durante essas comemorações que as pessoas devem ter a atenção redobrada, pois estão expostas a riscos de acidentes graves como queimaduras, devido ao uso de fogos e a proximidade com fogueiras ou ainda problemas nas vias respiratórias em função da fumaça.
Especialistas como cirurgiões plásticos, oftalmologistas e pneumologistas, alertam, principalmente aos pais, para o cuidado com o uso de fogos que podem gerar lesões em diversas partes do corpo. “As mãos e os olhos são os mais atingidos com a manipulação inadequada dos fogos de artifício. É comum pessoas se aproximarem para olhar e tocar fogos que retardam a explosão. Nesse momento podem sofrer queimaduras ou lesões decorrentes da explosão". “Com o impacto da explosão há fragmentos, estilhaços que podem penetrar no olho”, alerta o oftalmologista da equipe do Itaigara Memorial Hospital Dia, Bernardo Hortélio Fernandes.

Já nas mãos, que também são, geralmente, as partes do corpo mais atingidas em acidentes com fogos, além de queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus – que podem acarretar a perda da função motora – os fogos provocam muitas vezes a mutilação de dedos ou de toda a mão. “Já atendi um paciente que perdeu as duas mãos e os dois olhos devido à explosão de uma bomba”, citou Hortélio. Ele alerta para o perigo das brincadeiras com crianças, que apesar de serem de menor intensidade,também podem provocar desde irritação nos olhos, decorrente da fumaça ou manipulação ocular com mãos sujas de pólvora, até queimaduras. Por isso, os cuidados devem começar no momento da escolha e compra dos fogos, observando sua procedência e orientações fornecidas pelo fabricante até mesmo saber se a pessoa que irá manusear tem um mínimo de preparo. “Muitos nos riscos causados aos olhos e anexos, que são muitos, podem ser evitados com o simples uso de óculos de proteção, impedindo assim que fragmentos incandescentes tenham contato direto com o globo ocular”, afirma o oftalmologista José Martins Leitão Guerra Filho, diretor médico da Oftalmoclin.
Em caso de acidentes com queimadura na córnea o oftalmologista orienta lavar abundantemente os olhos com água corrente, diminuindo os danos aos tecidos oculares. E procurar um especialista para realizar uma melhor avaliação e indicar o tratamento necessário. “Deve-se dar atenção especial às crianças, pois até os traques de massa, aparentemente inofensivos, têm o poder de lesar a córnea, se indevidamente utilizados. Prevenção é, portanto, a palavra de ordem neste São João”, alerta Dr. Guerra.

Cuidados com as vias respiratórias - A fumaça dos fogos juninos tem a capacidade de irritar as vias aéreas que são recobertas por uma mucosa muito fina e sensível, causando inflamação. A inflamação da mucosa, por sua vez, provoca tosse, secreções, dificuldade para respirar e facilidade para contrair infecções respiratórias. Durante o São João, as pessoas estão mais expostas a fumaça de fogos, balões e fogueiras. Isso oferece um risco aumentado aos portadores asma brônquica e rinite alérgica afirma a pneumologista da Clínica AMO, Thamine Lessa.
A pneumologista lembra que os asmáticos mais graves devem evitar este tipo de exposição, pois as crises podem ser muito sérias. Nos casos mais leves, é importante evitar os excessos e manter o uso regular das medicações habituais, como corticosteróides inalatórios, broncodilatadores e anti-histamínicos, garantido assim menor processo inflamatório e melhor controle da doença.
A especialista indica que nas crises moderadas a graves - com falta de ar intensa, tosse persistente, opressão torácica - deve-se procurar a emergência mais próxima, para avaliação e medicação adequadas. A partir de então podem ser instituídos corticoisteróides sistêmicos, oxigenioterapia e nebulizações conforme orientação médica. Nos casos mais leves, deve-se insistir no uso regular das medicações e procurar médico assistente.

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