Nova leva de aberturas a partir de 16 de julho expande o alcance da Bienal, trazendo mestres da arte baiana contemporânea, mostras de filmes, ocupação do Arquivo Público do Estado e novas seções do Museu Imaginário do Nordeste, entre outras ações.
A 3ª Bienal da Bahia, uma iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba), inaugura a partir do dia 16 de julho uma nova etapa, mantendo a programação diversificada com exposições, oficinas, debates e projetos especiais envolvendo artistas de renome nacional e internacional em diferentes espaços da cidade. Vale lembrar que, em função dos feriados e jogos que marcaram o período, a Bienal deixou de estrear novas mostras, mas manteve aberta ao público toda a programação iniciada no dia 29 de maio, continuando em cartaz até o dia 7 de setembro.
Entre as novas aberturas, são destaques as exposições de três mestres baianos cujas obras e trajetórias transcendem limites regionais e nacionais: Juarez Paraíso, Rogério Duarte e Juraci Dórea. Paraíso, Dórea e Duarte, assim como Edinízio Primo e Dicinho (expostos no Museu Carlos Costa Pinto), são parte de uma geração de artistas que se manteve alijada do mercado, e que só agora começam a despertar o interesse do circuito global das artes.
Desbravador do interior baiano, o feirense Juraci Dórea vem desde os anos 1980 percorrendo a Bahia e chamando a atenção do público pelo seu trabalho escultural em madeira e couro. Dedicou-se às artes visuais desde o começo dos anos 1960 e já participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, como as Bienais de São Paulo (1987), Veneza (1988) e Havana (1989). Trabalha principalmente em torno do tema do homem sertanejo e da literatura de cordel. Dirigiu o Departamento de Cultura do Município de Feira de Santana de 1994 a 1996, período em que idealizou o Museu de Arte Contemporânea da cidade. É o responsável pela identidade visual da 3ª Bienal da Bahia.
Chamado de “mestre” por ninguém menos que Jorge Amado, Juarez Paraíso é reconhecido pela concepção cósmica de sua obra. Entre 1966 e 1968, idealizou e realizou as duas Bienais de Arte da Bahia junto com os artistas Chico Liberato e Riolan Coutinho. Em 1975, passou a se dedicar também a experiências com fotografia, desenho, tapeçaria e murais. Representante da segunda geração de modernistas baianos, o artista expôs no Brasil e no exterior. É marcante em sua carreira a intervenção feita no Cine Tupy. A obra foi realizada em 1968 e ocupava as paredes, o piso e o forro da sala de espera com murais e espelhos, mas foi destruída pouco tempo depois. Entre outras realizações, executou o painel da Biblioteca Central da UFBA, ilustrou os poemas Saudações a Palmares e Bandido Negro, publicados no livro Castro Alves: Poesias, e produziu diversas obras em espaços públicos de Salvador, como o mural do Hospital Roberto Santos (1979) e do Museu Geológico da Bahia (1998), além de esculturas no Parque de Pituaçú (1979) e no Parque de Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia (1997).
Mentor artístico visual do Tropicalismo, o polivalente Rogério Duarte é celebrado pelas capas de discos que fez para Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso. Além dos encartes dos LPs, o artista tem no seu currículo a criação de pôsteres de filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha; Cara a Cara, de Júlio Bressane; e A Opinião Pública, do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor. Um dos pioneiros do design e logotipia modernos no Brasil, Rogério é ainda poeta, músico e um dos idealizadores do histórico jornal Flor do Mal. A exposição de Duarte na 3.a Bienal da Bahia traz ainda suas coleções de numismática e mineralogia, apresentações de composições musicais de sua autoria e um torneio de xadrez de acordo com variações às regras propostas pelo artista.
Todas as mostras desses “artistas totais” acontecem no Museu de Arte Moderna, ocupando o Casarão (Juracy Dórea e Rogério Duarte) e a Capela (Juarez Paraíso) a partir do dia 24 de julho, permanecendo em cartaz até 7 de setembro.
terça-feira, 15 de julho de 2014

Bienal da Bahia em segunda temporada
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by - Redação
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