Em setembro, o Museu de Arte Moderna da Bahia recebe a exposição de um dos maiores fotógrafos urbanos do país, o paulista Cristiano Mascaro. Todos os Olhares foi aberta no Casarão do MAM no dia 01 de setembro, apresentando uma visão diferenciada do cotidiano de diversas cidades brasileiras, incluindo Salvador. Neste mesmo dia, entrou em cartaz na Capela do Museu a mostra Barroco Reinventado, de Iuri Sarmento. O artista mineiro residente em Salvador faz uma releitura do barroco a partir da sua memória e experiências pessoais, em pinturas e esculturas.
A visitação das duas exposições acontece entre os dias 02 e 28 de setembro.
TODOS OS OLHARES – Cristiano Mascaro
Com a curadoria de Agnaldo Farias e organização do Instituto Tomie Ohtake, Todos os Olhares traz um registro plástico da arquitetura e do urbanismo do Brasil. As 50 fotografias em preto e branco tiradas por Cristiano Mascaro, entre 1983 e 2008, formam uma verdadeira antologia de olhares a respeito das transformações físicas do país, em mais de duas décadas. São imagens influenciadas pela formação em arquitetura do fotógrafo, que tratam da rotina urbana numa intensa relação entre pessoas e cidades.
“Mascaro é um mestre no que se refere à percepção da arquitetura como protagonista. Sob seu olhar, prédios inteiros, empenas cegas ou pequenos detalhes construtivos parecem crescer de tamanho, como é o caso do flagrante do momento em que o Elevador Lacerda, esquecendo-se da sua função utilitária, projeta-se inchadamente sobre a baía de Todos os Santos, como uma construção dividida entre o desejo de ser um volume e a condição de plano escuro, próprio de sua natureza de fotografia”, comenta Agnaldo Farias, o curador.
As fotografias evidenciam as metrópoles como fonte maior das inspirações do artista. Apesar de morar em São Paulo e, por isso, manter uma relação estreita com a mesma em sua obra, Mascaro afirma que todas as cidades brasileiras são focos do seu trabalho. A única exceção da exposição é uma fotografia de Havana (Cuba), que nunca havia sido exposta, antes do MAM. Assim, postes, ruas, edifícios e pessoas que normalmente passam despercebidas no dia-a-dia, ganham vida artística nas imagens através de sombras, volumes e planos diferenciados. “Seu trabalho revela com rara sensibilidade os espaços públicos e suas dimensões poéticas, captadas por um olhar apurado e atento ao cotidiano de suas ruas e avenidas”, pontua Solange Farkas, diretora do MAM.
BARROCO REINVENTADO – Iuri Sarmento
“A luz forte da Bahia sempre iluminou minhas inspirações. Me parece que tudo se acende, vibra, os tons de amarelo viram ouro, a luz vira prata, os azuis têm muitos tons que viram turquesa, os verdes viram mar.” Assim, Iuri Sarmento explica um pouco da influência que a Bahia tem em sua obra. Mineiro de Montes Claros, ele vive e trabalha em Salvador desde 1994, quando aqui chegou para participar do I Salão da Bahia, realizado no Museu de Arte Moderna. Exuberante em cores e em referência simbólica, o trabalho de Iuri Sarmento leva o expectador a um passeio entre o passado e o presente, quando rememora o barroco e lhe introduz traços da cultura pop. Barroco Reinventado, exposição que tem curadoria de Solange Farkas e produção do MAM, em parceria com a Galeria Paulo Darzé, traz cerca de 20 peças entre esculturas e pinturas. Nestas, Iuri recria azulejarias, em acrílico sobre tela. Também traz trabalhos com temática religiosa, em mosaico de cores. “Cada obra suscita questões plásticas singulares. Em algumas, ele deixa aparente sua paixão pelos ornamentos e sua incrível capacidade de conjugar formas geométricas com formas orgânicas. Seu trabalho investiga também a utilização do corpo humano e da moda como elemento estético”, diz a curadora da exposição e diretora do MAM, Solange Farkas (fonte MAM).
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